A importância da pesquisa na pré-campanha

A pesquisa eleitoral Ibope confirma vitória de Omar Aziz (51% a 36%) no primeiro turno e as vagas no Senado ocupadas por Eduardo Braga (84%) e Arthur Virgílio (47%), além de folgada dianteira para Dilma (66% a 18%), no Amazonas, na corrida presidencial contra José Serra. Mas uma pesquisa pré-eleitoral tem outros desdobramentos.O primeiro deles é junto aos financiadores de campanha. Dinheiro não aceita desaforo e quem dá recursos para político evita ao máximo apostar em perdedores porque isso é grana jogada fora. As pesquisas servem para balisar o tamanho do financiamento e quais candidatos vão receber mais ou menos.

O segundo desdobramento da pesquisa na pré-campanha é político mesmo. Na hora da formação das alianças, os oportunistas ficam de olho nos números para saber em qual barco pular. E há até aqueles que, após um balão de ensaio, tomam uma ducha fria de realidade e optam por pretensões mais modestas. É conhecido o caso de um empresário que começou candidato a governador, passou a senador, depois deputado federal e acabou disputando – e perdendo – a eleição de deputado estadual. Tudo no mesmo pleito.

Quando um número vira tendência, finalmente, o candidato pode colocar o burro na sombra. Sabe o afundamento do navio Sobral Santos, no porto de Óbidos, porque os passageiros correram só para um lado e a carga foi junto? É mais ou menos o que ocorre no cenário eleitoral quando um político ganha uma dianteira muito grande nas pesquisas. Todo mundo corre para o lado dele e a diferença é que isso resulta em vitória esmagadora.

Lembro, porém, que, em Fortaleza, 1985, Maria Luiza Fontenele contrariou todos os institutos e venceu a eleição para prefeito; e, em Manaus, 1988, Arthur Virgílio bateu Gilberto Mestrinho, que era tido como vitorioso nas pesquisas até a véspera do pleito. Só que aí, dirão os técnicos, as diferenças eram pequenas. E mais, diremos nós, jogo é jogo e treino é treino, pesquisa é pesquisa e eleição é eleição.

Mas tem o danado daquele troço da tendência se consolidando…

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Comentários

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  1. Irnaldo Q. Silva disse:

    A respeito do exército,aqui em Manaus ele faz o que quer! Um dos absurdos foi o fechamento de uma praça e uma rua pública ,tornando área privada no IPASE. Não vejo o poder público se mobilizar para estancar esses fatos.

  2. Progresso disse:

    Omar hoje é uma liderança forte e mostra o tempo todo que esta dando continuidade ao governo Eduardo Braga. Tem mostrado a cada dia seu empenho e compromisso com o povo, demonstrando ser um homem de coragem e ação. O eleitor já tem observado isso e demonstrou na pesquisa realizada recentemente. Todos os segmentos vem observando isso,e realmente a tendência cada dia se consolida mais.

  3. Jacob Araujo disse:

    Olá Marcos, acompanho os programas sempre q posso, pois tenho q ficar revesando com minha irmã de 14 anos entre música e o rádio no carro. Tenho 18 anos e será a primeira vez que vou às urnas votar e vejo algo muito interessante nas pesquisas e como elas oscilam.
    Minha pergunta é a seguinte: de quem é a culpa quando um candidato está oscilando nas pesquisas? ou seja, seria eleito se as eleições fossem esse mês e perderia em uma pesquisa posterior?
    Seria a culpa da assessoria de imprensa por não saber divulgar o candidato? ou do próprio candidato?

    RESPOSTA:
    Pode ser tanto um quanto outro. E acrescente uma terceira possibilidade: a pesquisa estava errada – o que não seria novidade. É bom, por isso mesmo, ficar de olho naquele dado que sempre colocam nos pés das pesquisas, que é a “variação para mais ou para menos” ou a “margem de erro”.
    Geralmente, esse número fica entre 2 e 4 pontos. Se a soma do número da variação for maior que a diferença entre dois candidatos, ela é para valer. Se não, pode ser que a danada da “variação” contenha uma armadilha.
    Um exemplo? Pesquisa do Ibope para governador do Amazonas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A soma desse número é 6. A diferença entre Omar e Alfredo é 15 pontos. Isso significa que, no mínimo, no cenário mais pessimista, o atual governador está 9 pontos à frente.
    Institutos de pesquisas com algum nome a zelar não costumam fugir disso. Abraços e boa sorte na briga com a irmã pelo rádio.