Amazonino, uma esfinge difícil de decifrar

O prefeito Amazonino Mendes anuncia apoio a Alfredo Nascimento. Depois, apoia Omar Aziz. E depois diz que apoia “mais ou menos” o atual governador.

Amazonino exige de seus auxiliares que trabalhem. Ouve e se gosta nomeia, prestigia. Em pouco tempo, as reuniões ficam mais esparsas. Mais um pouco e ele segreda aos mais próximos uma ou outra contrariedade. Um pouquinho mais e o prefeito deixa de receber o antes ungido – período em que o pessoal da “cerca de jurubeba” é a única garantia de quem cai em desgraça, dando este e aquele sinal do humor do “chefe” e, claro, aproveitando-se ao máximo do pobre coitado. Finalmente, de forma inapelável, vem a demissão.

E olhe que a atual administração municipal agora é que está chegando a um ano e meio.

Soube de um secretário que, depois de muito tempo no chão, mas recebendo a garantia de um dos assessores mais próximos do prefeito de que estava “bem na foto”, foi demitido. Trancou-se no banheiro e desabou no choro. Chegou a pedir para ser assessor de terceiro escalão, mas acabou mesmo demitido.

Fala-se também de desentendimentos com o próprio pessoal da “cerca”. Mas estes, como se nada tivesse acontecido, retornam à rotina do expediente na casa do “chefe” e seguem em frente. São perdoados pelo tempo e pela constância dos salamaleques.

Quando a coisa é interna, referente à equipe da Prefeitura, poucos ficam sabendo. Mas, desta vez, no que se refere ao Governo do Estado, as coisas acabam ficando públicas. E, por incrível que pareça, são mais explicáveis.

No caso do apoio a Alfredo, Amazonino queria mostrar a contrariedade com Eduardo Braga, a quem ajudou a eleger, no primeiro governo, e enfrentou e perdeu na reeleição. Quando abandonou o barco e partiu para Omar Aziz, reagiu por instinto de sobrevivência, uma vez que Alfredo acabara de escolher Serafim Corrêa, adversário-inimigo de ontem e de amanhã – Serafim é candidato a prefeito, em 2012, quando Amazonino pretende concorrer à reeleição –, para vice-governador.

Encontre, porém, uma explicação para o desmentido quanto ao apoio a Omar Aziz, dado com todas as letras, em Tefé, aquele que conseguir decifrar o enigma da esfinge. No caso dos secretários municipais, os que não conseguiram decifrar o chefe foram devorados. Na sucessão estadual, Omar pode acabar naufragando no vai-e-vem do prefeito de Manaus, que ainda tem muita lenha para queimar no interior, ou seja, tem uns votinhos que podem ser decisivos na luta contra Alfredo.

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Comentários

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  1. Everaldo disse:

    Parabéns pela sutileza da análise, o que parece veleidade ou arroubo num homem público pode ser pura tática política.

  2. Gmestrinho disse:

    Isso é coisa de quem tá gagá, ora, Marcos Santos. Amazonino tá na idade do metal: prata nos cabelos, ouro no bolso e chumbo na p…
    Simples, nem precisava tu dizer em decifrar esfinge,sei lá mais o que. O homem tá p.. da cabeça, rapaz! Entra no meu twitter q a gente conversa mais. Abs

  3. AURINHA disse:

    Nao podemos deixar de observar como eleitor,povo,cidadao,melhor como pessoa,que esse senhor chamado Armando Mendes,e uma personalidade marcante,mesmo qdo nao estava na ativa politica sempre foi lembrado,e diga q nao,todos falam bem ou mal,mas é noticia de primeira,como cidada tiro chapeu,vai ficar na historia do nosso grande Amazonas,uns gostam~,outros nao,eu gosto……

  4. TIO LEO disse:

    A explicação é simples: má companhia. A “cerca de jurubeba”, é formada por nobres, que buscam um pedaço de terra para sufocar o proletariado. Os mesmos, para conseguir seu intento, falam somente o que pode agradar o rei. Amazonino, antes da nobreza, comia carne em conserva e tomava algumas lá na Vila Mamão.
    No fundo do seu coração, ele guarda a virtude da humildade. Esta virtude, muitas das vezes acorda e ele é o cara do dominó, de passear com os amigos, de viver a vida da forma como ele conquistou.
    Todos sabem que o adversário de Amazonino em 2006 foi Eduardo Braga, que tinha ao seu lado o Senador Gilberto Mestrinho – mentor do Negão – em busca de sua reeleição. Será que Gilberto Mestrinho deixou de subir no palanque de Eduardo e não pediu votos para o mesmo? Lógico que não. Mas, eis que, no velório do ex-Senador Gilberto Mestrinho – já vai se fazer um ano, no dia 19/06/2010 -, Amazonino Mendes, sem a “cerca de jurubebas” pode demonstrar a todos que ali estavam, o seu lado humano, humilde, generoso e agradecido, a quem foi seu mentor na política. Estava ali, o somente homem Amazonino, carregado de lágrimas em seus olhos.
    Mas, possamos nós pensar, se um dos ditos “jurubebas” estivesse ao seu lado, talvez lhe tivesse dito: “Dr. não chore tanto não, o Sr. é uma grande autoridade, tem que mostrar ao seu povo que homem não chora e não esqueçe que apanhou, mostre-se solene e amanhã vamos voltar para o enterro”.
    Os jornais anunciaram a chegada de Amazonino, Eduardo e Melo no mesmo avião, tendo os três, sorrisos nos rostos. Houve realmente o apoio firmado pelo Prefeito a Omar. Se agora, se encontra em stand by, talvez os dito jurubebas, já entraram em ação, e encontraram no Professor Melo a desculpa adequada.
    Só que Amazonino, vacinado contra o veneno do desprezo e da falta de humildade, com certeza reconhece em seu grande ex-lider na Assembleia, os méritos que lhe são peculiar. Se Amazonino via em Gilbeto seu mentor politico, Melo vê a mesma coisa em Amazonino.
    Tanto que na eleição para Prefeito, quando Omar perdeu em 1º turno, o Professor Melo fez pedidos de votos para Amazonino, principalmente para a sua equipe de trabalho, onde dizia o seguinte: Votem em Amazonino, ele é muito melhor que o Serafim.
    Entende-se então, que a virtude da gratidão contida em Amazonino, contaminou o Professor Melo. Infelizmente os jurubebas não têm dignidade. São verdadeiros parasitas.
    Com isto Marcos Santos, talvez eu possa ter decifrado o enigma de Tefé.
    Obrigado Marcos Santos, e desculpe pela empolgãção em escrever em seu blog. Sucesso